Estudo sobre Perceção da Segurança Rodoviária

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Segurança Rodoviária

Estudo sobre Perceção da Segurança Rodoviária

21 abril 2025

Segurança Rodoviária dos Motociclistas em Portugal

A Segurança Rodoviária é uma preocupação constante para todos os utilizadores das vias públicas. No entanto, para os motociclistas, esta questão torna-se ainda mais pertinente dadas as condições próprias destes veículos.

Em Portugal, os motociclistas enfrentam desafios únicos que exigem medidas específicas para garantir a sua segurança. Através do inquérito "Percepção sobre Segurança Rodoviária", que se debruçou sobre o segmento das Motos, foram recolhidos e apresentados dados alarmantes sobre a sinistralidade no país, na 2.ª edição da Conferência "Vamos Viver na Estrada".

Este estudo, realizado entre abril e setembro de 2024, envolveu mais de 5.700 inquiridos, incluindo condutores de automóveis e/ou motociclos, nomeadamente Clientes Seguro Directo, Leitores das revistas “Carros & Motores” e “Motos”, visitantes do ExpoMoto 2024 no Porto, visitantes do ECAR SHOW 2024 em Lisboa e ainda visitantes do ENVE 2024 em Oeiras.

Os resultados revelam não só a percepção dos motociclistas sobre a sua própria segurança, mas, também, as medidas ativas e passivas que consideram mais importantes para reduzir os riscos a que estão sujeitos ao circular nas estradas.

Neste artigo, partilhamos os principais indicadores deste relatório, ao mesmo tempo que lhe damos a conhecer as recomendações e medidas sugeridas para aumentar a segurança rodoviária dos motociclistas, estando estas alinhadas com os objetivos da chamada "Visão Zero" - uma meta fundamental que ambiciona Zero mortos e zero feridos graves, até 2050.

Caracterização do Universo de Inquiridos

Através da caracterização do universo de inquiridos, foi possível perceber que, do conjunto total de 5739 participantes, 5463 indivíduos conduzem algum tipo de veículo. Dentro deste grupo, um número significativo de 1978 pessoas conduz motociclos especificamente, destacando-se como uma parcela relevante dos inquiridos.

No que diz respeito à frequência com que estes indivíduos conduzem, os dados revelam que a maioria, representando 38% dos inquiridos, conduz ocasionalmente. Este grupo é seguido por cerca de 25% que afirmam conduzir frequentemente, enquanto 22% dos inquiridos indicam que conduzem sempre. Por fim, 15% dos participantes mencionam que conduzem quase sempre.

Distribuição por escalão etário

A análise da distribuição por escalão etário revela que a faixa etária de 35 a 49 anos representa a maior porcentagem, com 39%. Em seguida, a faixa etária de 18 a 34 anos constitui 31% dos inquiridos. A faixa de 50 a 64 anos corresponde a 26%, enquanto a faixa etária de 65 anos ou mais representa a menor porcentagem, com apenas 4%.

Estes dados etários são importantes para compreender o perfil demográfico dos condutores de motociclos, indicando que a maioria está na faixa dos 35 aos 49 anos, seguida pelos mais jovens entre 18 e 34 anos.

De uma forma geral, pode-se concluir que 70% dos inquiridos têm menos de 50 anos de idade, o que demonstra uma tendência significativa para o uso de motociclos entre os mais jovens e os adultos de meia-idade.

Avaliação da própria segurança

Questão: Das seguintes medidas ativas de segurança rodoviária, qual considera mais importante?

Através desta questão, pretendeu-se identificar quais as práticas de segurança mais valorizadas pelos condutores de motociclos, nas diferentes faixas etárias, sendo que as opções de resposta abrangiam várias medidas de segurança que podem contribuir para a redução de acidentes nas estradas e a promoção de uma condução mais segura para os motociclistas.

Faixa etária 18 - 34 anos: Nesta faixa etária, a medida mais valorizada é "Ser visível", com 47% dos inquiridos a considerarem-na a mais importante. Isto pode refletir a preocupação dos jovens condutores com a sua visibilidade na estrada, especialmente em condições de pouca luz ou tráfego intenso. A segunda medida mais importante para este grupo é "Não circular em velocidade excessiva" (31%), indicando uma consciência sobre os perigos da velocidade. Outras medidas, como a utilização dos piscas (6%), do espelho retrovisor (3%), dos dispositivos de segurança (11%) e a realização de cursos de aperfeiçoamento da condução (2%), são menos prioritárias, mas ainda assim reconhecidas.

Faixa etária 35 - 49 anos: Para os condutores desta faixa etária, "Ser visível" (45%) e "Não circular em velocidade excessiva" (35%) são novamente as medidas mais importantes. Este grupo também valoriza a utilização do espelho retrovisor (8%) mais do que os mais jovens, possivelmente devido a uma maior experiência de condução e consciência dos perigos. A utilização dos piscas (5%) e dos dispositivos de segurança (7%) são menos prioritárias, mas ainda consideradas relevantes.

Frequência de utilização: Sempre - Para os condutores que utilizam motociclos sempre, a medida mais valorizada é "Ser visível", com 48% dos inquiridos a considerarem-na a mais importante. A segunda medida mais importante é "Não circular em velocidade excessiva" (37%). Outras medidas, como a utilização dos piscas (4%), são menos prioritárias, enquanto a utilização do espelho retrovisor, dos dispositivos de segurança e a realização de cursos de aperfeiçoamento da condução não foram mencionadas.

Frequência de utilização: Quase Sempre - Entre os condutores que utilizam motociclos quase sempre, "Ser visível" é novamente a medida mais valorizada, com 48% dos inquiridos. "Não circular em velocidade excessiva" é a segunda medida mais importante, com 32%. As outras medidas não foram mencionadas por este grupo.

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Questão: Das seguintes medidas passivas de segurança rodoviária, qual considera mais importante?

Esta questão foi formulada para aferir quais práticas de segurança passiva são mais valorizadas pelos condutores de motociclos. As medidas passivas de segurança rodoviária referem-se a elementos que ajudam a proteger os condutores e passageiros em caso de acidente, sem exigir uma ação direta por parte do condutor. Compreender estas prioridades pode ajudar a orientar políticas de segurança rodoviária, campanhas de sensibilização e melhorias nos equipamentos de segurança disponíveis.

Faixa etária 18 - 34 anos: Nesta faixa etária, a utilização de capacete é claramente a medida mais valorizada, com 69% dos inquiridos a considerarem-na a mais importante. Este dado reflete a consciência dos jovens condutores sobre a importância do capacete na proteção contra lesões graves em caso de acidente. A utilização de equipamento adequado, como fatos com proteções, luvas e botas, é a segunda medida mais importante, com 25% dos inquiridos a valorizarem-na. Equipamentos com características específicas de visibilidade (5%) e sistemas de proteção adicional, como proteções para o pescoço e coluna vertebral, airbags, etc. (2%), são menos prioritários, mas ainda reconhecidos.

Faixa etária 35 - 49 anos: Para os condutores desta faixa etária, a utilização de capacete é ainda mais valorizada, com 72% dos inquiridos a considerarem-na a medida mais importante. A utilização de equipamento adequado é a segunda prioridade, com 21% dos inquiridos. Equipamentos com características específicas de visibilidade (4%) e sistemas de proteção adicional (3%) são menos valorizados, mas ainda considerados importantes.

Frequência de utilização: Sempre - Para os condutores que utilizam motociclos sempre, a medida mais valorizada é a utilização de capacete, com 73% dos inquiridos a considerarem-na a mais importante. A segunda medida mais importante é a utilização de equipamento adequado (17%), como fatos com proteções, luvas e botas. Equipamentos com características específicas de visibilidade (6%) e sistemas de proteção adicional (4%) são menos prioritários, mas ainda reconhecidos.

Frequência de utilização: Quase Sempre - Entre os condutores que utilizam motociclos quase sempre, a utilização de capacete é novamente a medida mais valorizada, com 70% dos inquiridos. A utilização de equipamento adequado é a segunda medida mais importante, com 24%. Equipamentos com características específicas de visibilidade (2%) e sistemas de proteção adicional (3%) são menos valorizados, mas ainda considerados importantes.

Questão: Das seguintes ações enquanto conduz, qual considera mais perigosa para a segurança na condução?

Por sua vez, esta pergunta teve como objetivo identificar quais comportamentos os condutores de motociclos consideram mais arriscados e perigosos enquanto estão na estrada. Assim, será possível compreender melhor os hábitos de condução que são percebidos como ameaças à segurança rodoviária, incentivando a promoção de medidas preventivas que contribuam para reduzir acidentes e a melhorar a segurança nas estradas.

A análise dos dados obtidos revela que a grande maioria dos inquiridos considera a utilização do telemóvel sem sistema de alta voz do veículo como a ação mais perigosa, com 82% dos inquiridos a valorizarem-na como tal. Este dado destaca a preocupação significativa com a distração causada pelo uso do telemóvel enquanto conduz, que pode levar a acidentes graves.

A segunda ação mais perigosa, segundo os inquiridos, é a utilização/manipulação do GPS, com 9% das respostas. Embora menos prioritária que a utilização do telemóvel, a manipulação do GPS também é vista como uma fonte de distração que pode comprometer a segurança na condução.

A manipulação dos sistemas de infoentretenimento é considerada perigosa por 4% dos inquiridos. Estes sistemas, que incluem rádio, navegação e outras funções, podem desviar a atenção do condutor da estrada.

A audição de música, podcasts, audiolivros, etc., e a manipulação dos comandos de funções do veículo são consideradas as ações menos perigosas, cada uma com 3% das respostas. Embora ainda reconhecidas como fontes de distração, estas ações são vistas como menos impactantes na segurança comparadas com o uso do telemóvel e o GPS.

Conclusões da análise

A análise das respostas dos inquiridos sobre as medidas de segurança rodoviária, tanto ativas quanto passivas, revela insights valiosos sobre as prioridades e preocupações dos condutores de motociclos em Portugal. Este estudo, que abrangeu diferentes faixas etárias e frequências de utilização, destaca a importância de práticas seguras para reduzir acidentes e promover uma condução mais responsável.

A Seguro Directo pretende contribuir para a sensibilização da sociedade, através de dados que permitam não só às autoridades como às organizações de segurança desenvolver campanhas de sensibilização focadas nas principais preocupações dos condutores.

É de sublinhar que a promoção do uso de capacetes e equipamentos adequados, juntamente com a educação sobre os perigos da utilização do telemóvel enquanto se conduz, pode contribuir para a redução de acidentes e a melhoria da segurança nas estradas.

Em suma, a segurança rodoviária para motociclistas depende de uma combinação de medidas ativas e passivas, bem como da consciencialização sobre comportamentos perigosos.

Este estudo destaca a importância de práticas seguras e a necessidade de políticas e campanhas eficazes para proteger os condutores de motociclos e promover uma condução mais segura e responsável.

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